domingo, 6 de fevereiro de 2011

OS DONOS DO PODER (R. FAORO)

Caros leitores este texto abaixo foi elaborado apartir de dois livros discutidos em sala de aula, no ano de 2010 por nosso nobre professor, Juliano Pirajá da UEG (Universidade Estadual de Goiás). Espero que gostem dos pontos de vista aqui expostos.

Boa leitura.

Portugal seus pares e seus ípares

                Debate proposto em aula foi sobre o livro Os Donos do Poder de Raymundo Faoro, onde foi discutido características do Brasil, questões sobre o público e o privado dentro do Estado Patrimonialista brasileiro, abordado nos anos 60 por Faoro que defendia a idéia de que não existe somente uma “elite” e sim uma “teia” contendo vários tipos de elite. Este autor possui muitos textos e livros valiosos, sendo um dos mais populares o “Os Donos do Poder”, onde se pode ter conhecimento de dois tipos de poder (aristocrático e o territorial) sabendo-se, que a primeira monarquia da Europa foi a portuguesa este livro enriquece muito o conhecimento de seus leitores. Por meio desta obra vimos um canal de sustentabilidade que é a burguesia comercial que se faz presente neste contexto (Florença, Veneza), pois a burguesia estabelece uma rota mais dinâmica trazendo perspectivas diferentes para a época. O texto aborda a Revolução Portuguesa, dinastia de Ávis e Bragança, trata de questões relacionadas a domínios, onde agora há uma mudança de valores, pois “o reino não pertence mais ao domínio do Rei e sim a nação” (diz Faoro em sua obra).
 O autor demonstra em sua obra a riqueza do “encontro” de grupos e comunidades que formaram o que hoje é o Brasil, por meio de experiências comerciais e acordos (tratados). Não se pode esquecer a questão religiosa que sempre está presente na obra do autor, onde Portugal é vista como linha direta do papado. Fica em evidência os primeiros alicerces dessa formação que são as “navegações”, que possibilitaram uma nova forma dos mundos se encontrarem, mesmo sabendo que isso pode causar sofrimentos ou boas trocas, casamentos forçados, mestiçagens, miscigenação, mulheres forçadas à prostituição e uma visão da mulher ainda como fruto do pecado. A “convivência” é uma pré-globalização onde se é possível uma troca de culturas que enrriqueceu tal período. Sem mais delongas finalizo dizendo, que nesta aula discutiu-se a Formação do Patronato Político Brasileiro.
Discutiu-se de pertinente a respeito do texto de Antônio B. Coelho assuntos relacionados as navegações comércio e conquistas, de forma a valorizar o “encontro” dos mundos navegáveis e suas culturas mescladas, para nos aproximar do passado ligando-o ao presente. Foi possível perceber os efeitos de várias explorações dos continentes, onde Dom Manuel (Rei de Portugal e dos Algarves daquem e dalém mar em África, senhor da Guiné, da navegação, comércio e conquista de Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia) carregava um nome extenso originado de um prodigioso movimento coletivo de descobrimentos e expansões marítimas, evangelizações, encontros de civilizações, dialéticas do “outro” e dos mesmos gerando a construção de novas nações e países, sem esquecer-se da descoberta do “nu” e das vergonhas, que é a forma que o autor trata este assunto relacionado à nudez indígena.

O autor trás o século XV e XVI como séculos de invasões violentas e ocupações de territórios, causada por bárbaros, árabes, mongóis, turcos ou então as próprias invasões francesas gerando de certa forma um movimento de globalização com características, multiétnicas diferentes entre si e permeada de grandes trocas culturais, mostrando que a estrutura da colônia não vem da corte e sim dos “encontros”. Neste contexto o professor (Juliano Pirajá) nos fez perceber rotas comerciais onde há sempre uma interação e viagens que se transformam em grandes aventuras que deixavam para trás, quem não quisesse voltar (citou a obra do Caramurú). Uma grande viagem ao desconhecido e desejado, sem saber o que se vai encontrar pelo caminho (saques, mortes, comércio, piratas, sexo, pecado). Reis que ao mesmo tempo se faziam empresários infiltrando-se no comércio milenar português. O texto alcançou um caráter importante e com isso contribuiu muito para entendermos a formação colonial, trazida por esse universo de publicações de extensos pensamentos utilizados na construção das identidades.

Raymundo Faoro (Vacaria, 1925-2003) um jurista, sociólogo, historiador, cientista político e escritor brasileiro. Texto discutido: "Para começo de conversa".


Antônio Borges Coelho (Murça, 1928) um dos grandes Historiadores, poeta e teatrólogo de Portugal. Texto discutido: "Os argonautas portugueses".




Um comentário:

  1. Tá rebocado meu cumpadi, que os donos do mundo piraram já são todos carrascos e vítimas de um mecanismo que criaram... De tanto ajuntar ouro de tolo, os reis tolos de além mar vieram com sua tolice em busca do ouro de cá...
    Assim arquitetos do universo, daquele contexto de então, à sombra de seus discos voadores cortavam o atlântico e vinham, construir essa nação.
    No jardin do quintal, Mata Atlantica, Amazônia e tantas mais, sucumbiram nas mãos daqueles que eram o tudo e o nada... Gestando essa terra brasílis... E os donos do poder...
    Vão mostrando a mosca na sopa e as mentiras que o padre falou, catequizando índio, negro e mestiço, com a filosofia de consumo que o sábio foi buscar... Nas tumbas de um reles faraó!!! E fim de papo!!!

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