domingo, 22 de janeiro de 2012

Idade Média

O Nascimento do Ocidente



Esta Obra foi revista com correções e acréscimos, como resposta ao interesse que o Brasil tem pela História Medieval, um assunto muito rico e complexo. O autor Hilário Franco Júnior, nos revela em sua Obra “A Idade Média, O Nascimento do Ocidente” que não temos conhecimento de todos os fatos importantes, concentrando-se assim apenas na sua análise sobre a Idade Média.
Todos os homens se vêem em época contemporânea mesmo ela sendo catalogada futuramente como antiga (medieval, por exemplo), isso é como dar nomes a acontecimentos passados. Este pré-conceito foi elaborado no século XVI, pois “grandes” nomes da época davam nomes a Obras que por não terem certos padrões, denominados clássicos eram vistas como toscas, sem esquecer-se de outros acontecimentos que impregnaram o período. O grande pintor Rafael Sanzio denominou certas Obras de “Góticas” termo utilizado como sinônimo de bárbaro e na mesma linha podemos citar François Rebelais, que se referia a Idade Média como “a espessa noite gótica”, personagens como estes tiveram contribuição para que no século XVII passasse a prevalecer a expressão Medium Aevum.

Hilário F. Júnior
Época esta, criticada por protestantes e vista como período de supremacia da Igreja Católica, que dominava até as ideologias sendo detentora do conhecimento (livros e educação), do período, tempo este também de reis fracos e fragmentação política, onde o cristianismo soava como um “atraso” e intervalo do progresso humano na visão dos iluministas (razão). Período que provava do desprezo dos intelectuais racionalistas que discriminavam esta cultura, muito ligada a valores espirituais.

A filosofia da época, que guiava-se pela luz da razão. Iluministas censuravam o forte peso político que a Igreja desfrutava e sintetizando tais críticas, Denis Diderot afirma que “sem religião seriamos um pouco mais felizes”, compartilho desta afirmação na medida em que vemos ao longo da história como a mão católica muitas vezes se faz prejudicial à sociedade, os papas nesta época eram vistos como símbolo de fanatismo e atraso pelos intelectuais.

O Renascimento do século XIX valorizou o período com a questão de identidade nacional, que ganhou uma forte ênfase com a Revolução Francesa. O Romance resgatou o período e trouxe certa harmonia em questões de Arquitetura, Arte, Música e Literatura com sua paixão e exuberância. Para o romantismo o período era esplendido, ou seja, algo que deveria ser imitado e prolongado, fazendo assim uma restauração de inúmeros monumentos medievais inventando detalhes e modificações de concepções. Com todos esses avanços a Idade Média não pode ser sinônimo de “Idade das Trevas”.

Gárgula
Este trabalho feito em indícios, fragmentos e fontes primárias, que jamais foram reconstituídas tem a história como “filha do tempo”, sendo assim cada período tem sua preciosidade, sua Grécia sua Roma e sua Idade Média e assim reciprocamente seu Renascimento, sendo concebida a História como um processo natural e evidente, se deve renunciar a busca por um fato específico que teria sido um marco inaugural ou de encerramento, de um determinado acontecimento ou período.

Na Idade Média a Igreja, sentia-se como a verdadeira e legitima herdeira do Império Romano (legitimando as coisas e se impondo no cenário), era a rainha das terras e potência política, dando assim força de Lei ao dízimo e uma expansão territorial da qual as cruzadas são a face mais conhecida, uma sociedade que passava de costumes feudo clericais para feudo burguesas, dominada plenamente e culturalmente pela Santa Igreja Católica.

Neste período emergia as cidades, as universidades e a literatura vernácula, juntamente com a filosofia (ciência empírica). Os conservadores como Dante, lamentavam tais transformações, mas sem negar o período caminhava em direção a novos tempos, novos moldes, porem com elementos medievais.

Dante Alighieri
As teorias cíclicas influenciaram o cristianismo e reforçaram pensamentos míticos, idéias de passado moderno e fim dos tempos, pois o apocalipse preocupou muitos neste período (terrores do ano 1000), trazendo de forma implícita em si a concepção de um tempus médium, precedendo a nova era.

É visto que os historiadores são gratos a demografia histórica, pois houve vários tipos de movimentos migratórios, por motivos de doenças (peste e varíola), melhoras de vida e teve-se também, uma busca de equilíbrio de contingente, praticas que foram punidas pela Igreja que almejava controle sobre tudo.

A Idade Média deixou um grande legado, um verdadeiro patrimônio psicológico mítico e ocidental (intelectuais e artistas). Ontem e hoje lutamos pelas mesmas coisas, mesmo essas coisas tendo assumido formas historicamente diferentes, o homem atual se reconhece nesse processo onde o que “há de mais vivo é o passado” perpetuando assim a função do historiador, que é a de compreender e não a de julgar o passado.


Reflexões sobre a Obra de Hilário Franco Júnior.


FONTE: Junior, hilário franco. A Idade Média, O Nascimento do Ocidente.

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